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A proximidade do verão acende um importante alerta: a exposição prolongada ao sol sem proteção adequada pode levar a consequências sérias à saúde. Além de causar o envelhecimento precoce, o contato direto com raios nocivos aumenta em até 10x o risco de câncer de pele, o mais incidente entre os brasileiros. São mais de 185 mil novos casos a cada ano – cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

 “Já são décadas de campanhas alertando sobre a necessidade de proteger a pele da exposição aos raios ultravioletas do sol – UVA e UVB – com filtro solar e com barreiras físicas, como roupas e chapéus, por exemplo. Mas ainda precisamos superar as barreiras da desinformação, especialmente sobre mitos em relação ao câncer, como, por exemplo, achar que apenas pessoas de pele clara têm risco aumentado de desenvolver a doença ou que o uso de protetor solar só é necessário em momentos de lazer, quando na verdade essa deveria ser parte da nossa rotina essencial diária”, diz o oncologista Dr. Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas.

Como a melhor forma de combater o câncer de pele é a vigilância ativa para identificação de possíveis sinais de alerta e o foco na prevenção, o Instituto Oncoclínicas –  iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa – realiza neste mês uma série de ativações nas redes sociais para alertar sobre a importância dos cuidados com a pele como forma efetiva de reduzir os índices de ocorrência da doença. Com o mote “A melhor dica é viver bem”, a ação ressalta uma importante informação: proteja sempre a pele contra os raios solares e busque aconselhamento especializado para que o diagnóstico aconteça o quanto antes.

A prevenção deve começar ainda na infância e de acordo com a dermatologista Dra. Thais Corsetti Grazziotin, os sinais de pele benignos (nevos) podem estar presentes desde o nascimento ou podem surgir ao longo das primeiras décadas de vida. O melanoma pode se desenvolver a partir da pele normal, o que acontece em cerca de 70% das vezes, ou a partir de um sinal pré-existente, seja congênito (de nascença) ou adquirido. “Tanto os sinais benignos quanto o melanoma podem surgir em qualquer área do corpo. A área mais frequente de desenvolvimento do melanoma nos homens é a região do dorso, enquanto nas mulheres são os membros inferiores. No entanto, qualquer parte do corpo é suscetível, incluindo palmas das mãos, plantas dos pés, couro cabeludo, genital, unhas”.

Coordenadora da Campanha do Câncer de Pele na Sociedade Brasileira de Dermatologia/RS, Thais afirma que sinais de nascença, os chamados nevos congênitos, estão presentes em cerca de 1% da população e representam um fator de risco para desenvolvimento de melanoma. O risco de câncer nesse tipo de sinal depende do tamanho do nevo, sendo que as lesões de tamanho intermediário e grande as que apresentam risco mais significativo. “As lesões pequenas apresentam risco mais baixo e devem ser avaliadas e/ou acompanhadas quando se apresentam de forma mais atípica ou suspeita”, destaca.

A dermatologista informa que a campanha da SBD deste ano tem como foco a educação do público infantil, porque a conscientização quanto aos hábitos de prevenção e saúde da pele deve começar desde cedo. “A infância é um período em que conceitos de medidas de fotoproteção, como evitar queimaduras solares e a exposição desprotegida ao sol, são mais facilmente fixados e ajudam a reduzir o risco de desenvolvimento da doença no futuro. O aprendizado precoce sobre o câncer de pele permite formar adultos com maior probabilidade de manter hábitos saudáveis de cuidados com a pele ao longo da vida”, salienta.

Nem todo câncer de pele é igual

O oncologista Dr. Sergio Jobim Azevedo, líder do grupo de pele da Oncoclínicas, explica que existem dois tipos de câncer de pele: o melanoma e o não melanoma (o mais comum deles). Entre os sintomas do câncer de pele não melanoma estão a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, feridas que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramento, coceira e, algumas vezes, dor. Esses sinais geralmente surgem em partes do corpo mais expostas ao sol, tais como rosto, pescoço e braços.

Já os indícios do câncer de pele do tipo melanoma – cuja incidência representa apenas 3% dos casos dos tumores de pele, mas com um grau elevado de agressividade, o que aumenta suas chances de letalidade – costumam se manifestar através de pintas escuras que apresentam modificações ao longo do tempo.

Pessoas com histórico familiar de melanoma e/ou que tenham um volume maior que 50 pintas pelo corpo também devem manter a vigilância ativa para controle dos riscos de desenvolver a doença. As alterações avaliadas como suspeitas são classificadas como “ABCDE” – Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro, Evolução.

“Quando descoberta em fase inicial, a indicação é que seja realizada a ressecção cirúrgica das lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor do tumor. E isso vale tanto para os casos de câncer de pele melanoma como para os não melanoma. A cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos, fazendo com que quaisquer outros tratamentos complementares sejam raramente necessários”, reforça Sergio Azevedo.

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Fonte: Jornal do Laranjal

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