Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), e o partido Patriota, concorrem com a chapa Napoleão e Dalla Rosa
Por Carlos Cogoy
Na disputa à Prefeitura, concorrendo com o número eleitoral 28 do PRTB, a coligação que reúne o coronel Napoleão, como candidato a prefeito, e o vice Luciano Dalla Rosa do Patriota, além de propostas para as necessidades imediatas da cidade, também ressalta o compromisso com estratégias para as próximas décadas. “A perspectiva é de que urge uma nova visão estratégica para Pelotas, contemplando suas potencialidades, mas não perdendo de vista a necessidade de prepará-la para o futuro. Toma-se como pensamento o marco temporal de 25 anos, como azimute as ideias que devem nortear a cidade que pretendemos entregar às futuras gerações”, diz o coronel Napoleão, oriundo da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), e analista avançado de inteligência pela Escola de Inteligência Militar do Exército (EsIMEx).
PREFEITO – Natural do Rio de Janeiro, Marcus Napoleão (54 anos) está radicado em Pelotas desde 1992. Cidadão Pelotense, como destaca, é casado e pai de três filhos nascidos em Pelotas. Na trajetória, além da carreira militar, é técnico mecânico industrial pelo CEFET/RJ, onde também frequentou a Escola de Engenharia Mecânica. Em 2018, concorreu a deputado federal pelo PSL.
VICE Luciano Dalla Rosa (48 anos) é pelotense, divorciado e pai de um filho. Profissionalmente, é empresário do ramo varejista.
DM – Num contexto de dificuldades econômicas, seja local, estadual ou federal, o que motivou a concorrer à Prefeitura?
NAPOLEÃO – Sem perder de vista as necessidades imediatas de Pelotas, cidade-polo da Metade Sul, notadamente no campo da saúde, trabalho, educação e segurança pública, buscaremos, a todo custo, inseri-la numa espiral de crescimento que deverá aproveitar as oportunidades de desenvolvimento, que se oferecerão nos anos vindouros. As dificuldades econômicas são, e serão para todos. O governo do ano que vem deverá estabelecer como corolário fundamental a busca incessante pela retomada da economia. Não deve medir esforços no sentido de irmanar-se com a iniciativa privada na criação de um ambiente estável, que gere otimismo empresarial, o que refletirá na abertura de postos de trabalho e oferta de habitação. A percepção de que a comunidade busca um novo modelo de gestão para a cidade, eminentemente técnico, e mais alinhado aos novos pensamentos políticos nacionais, representados pela eleição de Bolsonaro e general Mourão justificam a candidatura. Entendemos que está em andamento uma renovação política, motivada por uma nova ordem social, pautada no servir e não em se servir.
DM – O porquê da opção partidária, quais princípios da sigla que levaram à identificação e filiação? O partido – ou coligação – tem quais compromissos?
NAPOLEÃO – As velhas estruturas e práticas adotadas no trato com a coisa pública estão perdendo espaço, para uma juventude que anseia ver lideranças que coloquem o bem-estar da comunidade em primeiro lugar. O projeto de poder político praticado pela esquerda está esgotado, e não reúne mais condições de liderar Pelotas na direção do progresso.
DM – Como avalia a atual gestão no Executivo pelotense? Houve erros, acertos? Como a sua candidatura contrasta com o mandato 2017/2020?
NAPOLEÃO -Compete à população, nas urnas, avaliar a gestão atual. Obviamente que, em todos os campos da administração pública, há espaços para melhorias e avanços.
DM – A saúde pública tem sido um dos temas mais questionados pela população, e neste ano de pandemia, tornou-se ainda mais crucial. Qual o projeto de saúde pública da candidatura? Como ampliar o acesso ao atendimento qualificado?
NAPOLEÃO – Dentre um amplo espectro de propostas é possível citar algumas: criar a Farmácia Municipal Volante para a zona rural, aperfeiçoar a informatização do sistema de saúde e de consultas, reforçar as equipes dos postos de saúde e manter o atendimento nos Postos de Saúde em dois turnos com resolutividade. O projeto fundamenta-se na melhoria da gestão dos recursos em pessoal, material e financeiro da Prefeitura. O atendimento desde a ponta da linha (avançado), caracterizado pelos Postos de Saúde até a Internação em Hospital deve pautar-se pela resolução imediata do problema do paciente. Pensa-se o sistema no qual a medicina primária se encarrega de fazer a triagem dos problemas, de modo que subam aos Hospitais Superiores as baixas e os atendimentos complexos, o que desonerará o fluxo de atendimento e atenderá ao princípio da especialidade.
O atendimento nos Postos, em dois turnos, continuará a ser com agendamento, contudo os médicos devem estar em condições para visitas médicas inopinadas. A medicina comunitária e preventiva está em foco dada a sua capacidade resolutiva. A comunidade desenvolverá relação de confiança com os integrantes dos Postos que contará com uma equipe multidisciplinar. O atendimento qualificado em centro de especialidades, em que pese as já conhecidas restrições orçamentárias, pautar-se-á pela estatística das evidências médicas típicas da nossa região. É obrigação da Prefeitura estar em condições de prestar o atendimento médico à comunidade. Tal imposição importa na aplicação judiciosa de todos os recursos disponíveis, evitando-se ao máximo desperdícios e investimentos equivocados. É a intenção dedicar especial atenção aos pacientes oncológicos e cardíacos, uma vez que estas, dentre outras, são as incidências de maior percentual de óbitos.
DM – Propostas para a educação no município, o candidato compromete-se com o pagamento do piso salarial dos professores?
NAPOLEÃO – A importância do professor é vital para a educação em todos os níveis. Nossas propostas para a sua valorização, e alcançar um patamar mais elevado da educação são: desenvolver a cultura de respeito aos mestres; premiação por mérito; cursos de qualificação para todo o quadro docente; aproveitar a doutrina de ensino a distância; criação do programa de atualização cibernética; interagir com os professores no sentido de construir uma reflexão pedagógica que contemple a maioria das correntes de pensamento; incorporar à filosofia pedagógica da Prefeitura, as modernas ferramentas de educação virtual, ênfase na orientação escolar por especialistas, criar a Escola Municipal Cívico-Militar.
Queremos pagar o piso a todos os professores. Não se pode buscar educação de qualidade sem o pagamento justo ao docente. Nossa proposta é menos CCs, e mais valorização docente. Colocaremos em prática novas experiências de ensino como as escolas Cívico-Militares, e aproveitamento do turno inverso. Estimular o diálogo pedagógico, sem perder de vista a proeminência que devem deter os professores.
DM – Na Prefeitura o que pode ser feito para diminuir o desemprego, e consequentemente reduzir a pobreza e violência? E quais os compromissos e desafios, em relação à economia do município pós-pandemia?
NAPOLEÃO – Desenvolvimento, com abertura de novos postos de trabalho, será uma preocupação desde o primeiro dia de governo. Buscar a otimização e desburocratização dos serviços municipais. Estimular o empreendedorismo criando um ambiente propício para negócios na cidade, sendo parceiro da iniciativa privada. Os grandes empregadores como a construção civil, comércio e serviços, dentre outros, serão ouvidos e alvos de programas específicos, como estimulo para contratar.
DM – E questões como as áreas verdes e mobilidade urbana?
NAPOLEÃO – As questões de meio ambiente e energia renovável estarão em pauta. As unidades habitacionais a serem construídas incorporarão modernas tecnologias de sustentabilidade. As áreas verdes serão priorizadas porque representam opção de lazer e qualidade de vida. A mobilidade urbana entra em pauta com a melhora da estrutura de mobilidade individual e coletiva da cidade, aperfeiçoamento do escoamento do trânsito, tendo como referência o sentido bairro-centro-bairro, e a construção de viadutos em dois pontos estratégicos: Fragata – Interbairros; Fernando Osorio – Salgado Filho.
DM – Em Pelotas, 70% dos servidores recebem complementação salarial para chegar ao salário mínimo, e o Sindicato dos Municipários tem projeto de Plano de Carreira, que ainda não foi implementado. Qual a política para os servidores municipais, a relação com o SIMP, e a postura diante de uma reforma administrativa, em âmbito federal, que pretende desmantelar a função pública?
NAPOLEÃO – O princípio de gestão será a valorização dos funcionários de carreira, e utilizar o CC para contratar profissionais diferenciados, que ingressem nos quadros da Prefeitura para compartilhar seus conhecimentos e desenvolvam trabalhos qualificados. Ninguém conhece melhor a gestão da Prefeitura que os seus funcionários.
DM – Em relação a temas como a segurança pública, meio ambiente, patrimônio histórico e valorização da economia da cultura?
NAPOLEÃO – Na Segurança Pública ampliaremos a capacidade operacional da Guarda Municipal, investindo em recursos humanos, equipamentos e materiais, e no serviço de inteligência, cujo reflexo será o aumento do seu poder de policiamento.
No Meio Ambiente vamos propor o tema desenvolvimento sustentável, preservação e interação com a natureza nos currículos escolares. Estimular a cultura de coleta seletiva na cidade. Fiscalizar o descarte inadequado de resíduos sólidos, e aumentar a balneabilidade das praias.
Também pretendemos retomar o ensino da cultura gaúcha aproveitando as estruturas e parcerias com o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Realizar amplo debate com o setor do turismo e criar uma agenda anual com foco na geração de emprego e renda, valorizando as festas culturais. Valorizar o patrimônio histórico e sua arquitetura única.
DM – Déficit habitacional e saneamento básico?
NAPOLEÃO – No saneamento básico propomos a conclusão da obra da Estação de Tratamento de Água do São Gonçalo, a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do centro da cidade, que diminuirá o despejo no São Gonçalo, também resolver o problema de destino final dos resíduos sólidos produzidos na cidade, melhorar as redes coletoras pluviais do Laranjal e do Fragata, e aumentar o percentual de esgoto tratado da cidade em compatibilidade com o marco nacional de saneamento.
DM – Avaliação dos dois anos do governo Bolsonaro.
NAPOLEÃO – O governo Bolsonaro recebeu o Brasil destruído pelos anos de gestão do PT, e sua corrupção absurda. Considerando ainda que, quando o país ganhava tração com recuperação econômica e social, passou a enfrentar a crise da pandemia do COVID, dois anos são um período reduzido em razão das dificuldades apresentadas. Há mais acertos do que não acertos. No quesito servir ao Brasil e não se servir; ter um projeto estratégico para o Estado Nacional, afastar-se das ideias originárias do Foro de São Paulo, dentre outras, cumpre as promessas de campanha.
Fonte: Diário da Manhã | Laranjal