A publicação Figurinhas de Pelotas está chegando à livraria Vanguarda
Por Carlos Cogoy
No Brasil, o álbum “Figurinhas de Pelotas” (26 páginas) – lançado em dezembro -, além do Estado, também já chegou ao Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Acre. Conforme o idealizador Duda Keiber, exemplares também estão circulando no Uruguai, EUA e Inglaterra. A ideia surgiu de forma prosaica, motivada pelos álbuns de figurinhas durante a Copa do Mundo de futebol. Em 2019 a equipe foi reunida, e o projeto foi formatado. Apresentando com viés crítico, aspectos históricos e sociais da formação de Pelotas o projeto, que conta com apoio de Otroporto, Sagres e Volante Digital Culture, teve financiamento aprovado no Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROCULTURA), da Prefeitura. Na internet: https://figurinhasdepelotas.com.br
VENDAS – Em novembro, informa Duda, foi disponibilizada uma campanha de pré-venda. A 10 de dezembro teve início a distribuição. “Houve grande procura pelo álbum pois o pelotense o reconheceu como um bom presente de Natal. A aceitação foi muito positiva. Apesar do momento ser muito complicado. Por outro lado, trata-se um produto que proporciona uma atividade em família, integradora, na segurança do isolamento. Além disso, notamos que foi alcançado um dos principais objetivos, ou seja, que o álbum chegasse aos pelotenses que residem fora da cidade”. Até meados deste mês, as retiradas eram feitas na sede da Otroporto – rua Benjamin Constant 215. Porém, acrescenta Duda, na segunda quinzena de janeiro, a comercialização também terá outros pontos físicos. Ele exemplifica com a livraria Vanguarda no Shopping Pelotas. Informações no email: figurinhasdepelotas@gmail.com.
ESCRAVIDÃO – O primeiro volume apresenta textos imagens e figurinhas de temas como: origem do nome da cidade; praias do Laranjal; O olhar de viajantes como Saint-Hilaire em 1820; Bondes; Escravidão; urbanização; Praça Cel. Pedro Osório; Mercado Público; Theatro Sete de Abril; natureza e símbolos arquitetônicos; “Figuraças”, que ressalta talentos do cotidiano; parques; Cidade pandêmica, a chegada da Covid 19. Com pesquisa do prof. Eduardo Arriada (UFPel), e textos de Duda e Guilherme Pinto de Almeida, uma característica do álbum é a abordagem crítica. Assim, os autores mencionam o líder quilombola Manoel Padeiro, as agruras dos trabalhadores escravizados nas charqueadas. O volume é permeado pelas dores e humilhações da população negra, que gerou o enriquecimento da elite branca. Duda explica: “Ainda que a narrativa do Figurinhas seja uma entre tantas possíveis, procuramos que ela fosse abrangente, diversa, inclusiva. Cremos que o importante é que o leitor esteja sempre atento, crítico, aberto à reflexão. Na sessão ‘Figuraças’, por exemplo, tivemos a preocupação de homenagear pessoas com critérios que não são os mesmos daqueles empregados em antigas publicações, que incluíam apenas
militares, políticos, e pessoas da elite, consideradas ‘gradas’ na sociedade. Também salientamos a inclusão de pessoas vivas, pois achamos que a homenagem em vida é sempre mais bonita”. Na equipe também Valder Valeirão (design digital), e Geovani Correa (fotos).
VOLUME 2 está previsto para 2021. A comunidade pode interagir, sugerindo temas, personalidades, e compartilhando imagens. No dia 6 de janeiro, observa Duda, cem exemplares foram oferecidos à Secretaria Municipal de Cultura. Também foram destinados exemplares à Bibliotheca Pública Pelotense. E, de acordo com a contrapartida estabelecida no Procultura, escolas da rede municipal, receberão o álbum em quantidades proporcionais ao número de alunos. A meta é também chegar nalgumas das escolas da rede estadual.
Fonte: Diário da Manhã | Laranjal