Outro ano se inicia sem definição para as áreas do Pontal da Barra e EcoCamping, que devem ser transformadas em Unidades de Conservação Permanente no Laranjal.
A prefeitura fechou em definitivo o EcoCamping Municipal em 2018, situado na Praia do Totó. A área de sete hectares às margens da Lagoa deve abrigar a primeira Unidade de Conservação Ambiental (UCA) de Pelotas.
Segundo o secretário de Qualidade Ambiental (SQA), na opinião da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) a gestão de um camping não é atribuição do município, e para isso, foi solicitada a elaboração de um plano para uso da área.
A área que pode ser considerada resquício de Mata Atlântica, passou por análise dos técnicos da SQA. “O local possui vocação para preservação, turismo ecológico e recreação” afirma Garcia. Segundo ele, a população poderá interagir com a natureza, mas sem área de acampamento.
A criação da unidade depende de aprovação de legislação específica na Câmara, e somente após isso, será realizado um plano específico de uso do local.
O Camping que foi administrado pela Estação Rodoviária de Pelotas (Eterpel), foi interditado em 2014, devido a inexistência de regramento de destinação de resíduos sólido e falta de licença ambiental.
O turismo ecológico, que poderá ser desenvolvido no local, é uma atividade educativa que promove a orientação ambiental, identificação de espécies, trilhas. A Unidade de Conservação qualifica o município a acessar recursos estaduais e federais, para manutenção e desenvolvimento de projetos e atividades.
A área de 845 hectares do Pontal da Barra tem sofrido, há décadas com os impactos da urbanização. A exploração imobiliária avança e as áreas de banhado são engolidas, com isso, se são perdidas áreas de encharcamento que servem de esponja para drenagem e ajudam a evitar alagamentos nas chuvas intensas. A cada pedaço devassado, habitats de espécies nativas desaparecem. Sítios arqueológicos também ficam sob risco.
Antônio Carlos Soler não poupa críticas à prefeitura dizendo que já houveram diversas oportunidade de concretizar o projeto. “Não vejo a SQA funcionando para além do despacho de licenças e autorizações, com preocupações restritas ao mercado”, afirma Soler.
O QUE DIZ A SQA?
De acordo com o secretário de Qualidade Ambiental (SQA), Eduardo Schaefer, por se tratar de uma área de preservação permanente sob domínio público, a viabilidade de tornar o local uma Unidade de Conservação (UC) é oportuna e adequada. A SQA irá retomar as discussões sobre a transformação da área em UC. Contudo, há necessidade de revisão dos limites da área pública do Camping e seu georreferenciamento.
Ainda segundo Schaefer, nas próximas semanas uma equipe técnica da Secretaria fará uma vistoria no local, com o objetivo de retomar as ações de criação da UC, conforme cronograma de trabalho. O secretário também esclarece que necessário uma legislação específica e uma estrutura organizacional interna para elaboração de projetos e gestão das Unidades de Conservação municipais. “Temos que pensar na sustentabilidade ambiental daquele local, que deve enfatizar a proteção da flora e da fauna com ecoturismo e educação ambiental”, destacou o gestor.
A criação da Unidade de Conservação do Pontal é uma ação importantíssima para proteção ambiental daquele ecossistema. O Secretário admite que o executivo não terá condições de arcar sozinho com os custos para implementar as unidades. Os planos são buscar recursos junto ao governo federal.
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Fonte: Jornal do Laranjal