Um morador do Barro Duro está transformando sonho em realidade. Antônio Girão de 50 anos, mais conhecido como “Guto”, é o criador da Geloteca, a geladeira colocada na Praça Aratiba lotada de livros para matar a fome de leitura da comunidade.
Em distanciamento social, o projeto de Guto prevê a inclusão e a aproximação de pessoas. Em uma esquina da avenida Minas Gerais, onde havia lixo acumulado ele encontrou espaço para instalar o ateliê de cerâmica, forno para queimar as peças, e ainda, uma pequena horta comunitária. ” O pessoal vem aí, uns trazem algumas coisas, outros levam alfaces, levam temperos, uns trazem mudas, outros trazem sementes” relata Girão dizendo que é através da participação comunitária que o espaço ganha valor e é respeitado.
Segundo ele as etapas evoluem devagar, ainda mais, em tempos de pandemia. ” Queremos oferecer um momento de terapia para as pessoas. Um momento de encontro. As oficinas acontecerão aos finais de semana começando pela retirada e moldagem do barro, até a queima da cerâmica” explica. Os trabalhos da oficina serão desenvolvidos em duplas, com limite de participantes de acordo com os horários vagos.
A reportagem do JL esteve no Barro Duro para conhecer o projeto que resgata o nome do bairro: “Barro Duro”. Ele está testando um modelo de forno para queimar cerâmica. “Os materiais estão aí, barro (argiloso) para cerâmica e galhos para queimar. Nenhum dos dois falta em nossas ruas”, explica o morador que vem desenvolvendo esta e outras atividades com a finalidade de envolver crianças e jovens em atividades produtivas e educativas.
Segundo Guto, o barro é utilizado na fabricação de peças para resgatar a cerâmica indigêna e afrodecendente, com objetivo de chamar atenção para o meio ambiente. “O que precisamos e temos de mais urgente é subsituir as badejas de papelão que estão sendo usadas nas oferendas por bandejas de barro duro”, relata o morador lembrando dos elementos poluentes deixados na natureza, como resíduos de alumínio e plástico.
Guto pede a instalação de Unidade de Conservação para o Balneário dos Prazeres, para que sejam estabelecidas normas de uso dos espaços públicos. Onde já estão sendo desenvolvidos três passeios ecológicos, do projeto Turistrilha.
“O turismo ecológico não é novidade, mas era algo que acontecia voluntariamente, sem pontos de referência”, com isso, Guto faz publicações nas redes sociais mostrando as belezas que considera fora do comum, estimulando o turismo ecológico e a sustentabilidade. “Viamos o meio ambiente pedindo socorro”, e a solução é o projeto de ecoturismo e educação ambiental que desperte um sentimento de pertencimento e amor ao lugar.
Antônio oferece aos visitantes um resgate histórico digno de guia turístico, indicando a origem do nome dos balneários, as beleza das naturais como as figueiras centenárias, a crença das famílias pela religião católica e do povo por matrizes africanas.
TRILHAS GUIADAS GRATUITAS
Trilha da terceira idade – mínimo impacto
300 metros – 15 minutos
Trilha do Totó – mínimo impacto – 500
metros – 30 minutos (até jazida de barro)
Trilha da Estância – médio impacto
(erosão e mata) – 1200 metros – 1 hora
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Fonte: Jornal do Laranjal