Por Diogo Cassal, Jornalista
Existe um ditado bastante popular que diz que a grama do vizinho é sempre mais verde, no sentido de que a vida dos outros sempre parece ser melhor do que a nossa.
Você está no seu quintal, olha para o lado, e enxerga ela, a grama do seu vizinho, que tem um tom de verde extraordinário e está impecável. Então, olha para a sua e vê que há manchas causadas pelo sol, áreas em que a terra aparece, pequenas pragas. Ao fazer essa comparação tem a mais absoluta certeza de que o gramado do seu vizinho é perfeito enquanto o seu está cheio de imperfeições. Essa metáfora se aplica da mesma forma para qualquer outra situação da vida.
Para saber se a grama do seu vizinho é, de fato, mais verde, comece se atentando para o que eu disse no parágrafo anterior. Do seu quintal, o gramado ao lado realmente parece intacto. Sabe por quê? Porque se trata de uma questão de perspectiva. Se chamar o morador da casa e perguntar o que ele pensa sobre isso, certamente irá discordar da sua opinião.
Isso acontece por uma razão bastante simples, que a de que à distância tudo parece perfeito, pois o que irá enxergar é apenas a ponta do iceberg. De longe não se vê que também há falhas e pequenas pragas. Além disso, você não sabe tudo o que o seu vizinho precisou fazer para que o gramado ficasse bonito. No fim das contas, é bem provável que o seu vizinho tenha se esforçado muito para conseguir mantê-la bonita ou mesmo ache que a sua grama muito mais verde e bonita do que a dele.
O Pelotense tem o mesmo comportamento em relação a sua cidade. É triste constatar que somos nós que falamos mal de Pelotas, traçando comparativos com as vizinhas e menores, Rio Grande, São Lourenço e outras mais distantes. Quando visitamos outras cidades elas parecem mais organizadas e tudo é mais bonito. Este é o efeito de quem olha de fora, não vivemos ali para conhecer os problemas cotidianos. Não é diferente com quem visita Pelotas.
É importante lembrar, que as cidades com maior desenvolvimento turístico tem uma população atuante que contribui com questões comunitárias. Coisas tão simples, que até se tornam slogans, como por exemplo: não deixe o seu lixo na praia, não ‘colha’ flores de canteiros, não pise na grama, respeite o trânsito, entre outros.
Assim, o gramado será sempre mais verde, não livre de pequenas imperfeições, sendo admirado e valorizado por nós mesmos. Sejamos competitivos, fazendo com que os comparativos tragam melhorias transformando críticas em algo verdadeiramente construtivo. A mudança deve ser de dentro para fora, nunca o contrário.
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Fonte: Jornal do Laranjal